Vôlei Futuro. O nome traz muitas alegrias e boas recordações para os torcedores araçatubenses. Títulos, grandes jogadas, atletas reconhecidos internacionalmente. Tudo isso fez parte da história da equipe.
Porém, o gostinho de ver o time brilhando em quadra, novamente, continua sendo uma realidade distante. O último grande resultado da equipe, após oito anos de interrupção, foi no dia 2 de novembro de 2020. Ironicamente, sem a presença da torcida devido às restrições da pandemia de covid-19.
À ocasião, o Vôlei Futuro ganhou do Santos Praia Clube pela decisão da Superliga C e conquistou uma vaga na Superliga B. O time da casa levou a melhor e ganhou de 3 sets a 0.
Desde então, muitos outros fatos ocorreram. O time perdeu a chance de disputar o Campeonato Paulista em 2024, após não comparecer no confronto com o Vedacit Vôlei Guarulhos, em agosto de 2023. A suspensão foi informada pela Federação Paulista de Vôlei. No momento, o time segue suspenso, segundo o site oficial do órgão.
Na mesma época, a diretoria do clube divulgou que poderia deixar Araçatuba por conta da falta de apoio financeiro da Prefeitura. Até hoje, o time segue sem espaço para treinar.
O cenário não é dos melhores, principalmente porque os times de alto rendimento estão parados. Sendo assim, o que esperar do Vôlei Futuro para 2025? O Atletas do Interior conversou com o presidente do clube, Luiz Henrique Reis, sobre a situação atual do VF.
Lei de incentivo é uma realidade
De acordo com Reis, o Vôlei Futuro está em fase de captação de recursos por meio da LIE (Lei de Incentivo Federal). Esse programa permite a ampliação de recursos de renúncia fiscal em projetos desportivos e paradesportivos. Ou seja, tanto pessoas jurídicas quanto físicas podem apoiar o projeto.
Pessoas jurídicas podem doar até 2% do valor devido ao imposto de renda para projetos chancelados pela Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Hoje, os dois projetos de alto rendimento (Masculino e Feminino Adulto) estão aprovados na lei para captar R$ 2.600.000,00.
“É uma forma das empresas patrocinarem, destinando parte do imposto devido. Nossa região gera uma quantia enorme de imposto e esta é uma forma das empresas aplicarem esse dinheiro de uma maneira positiva com viés de responsabilidade social e desenvolvimento, sem mencionar as questões publicitárias”, explica Reis.
Qualquer um pode contribuir com o projeto doando parte do imposto de renda. Informações pode ser obtidas pelo telefone (18) 99646-3447.
Sem definição com a Prefeitura
O presidente do clube destaca que o retorno dos times também depende do município e que já se encontrou com o prefeito Lucas Zanatta (PL).
“A forma que o Zanatta quer o esporte com as modalidades trabalhando com projetos vai ao encontro com o que já fazemos há 5 anos. Então vejo uma boa possibilidade, porém temos que ter calma (…) Precisamos trabalhar juntos. Ele sabe da importância da marca Vôlei Futuro e dos trabalhos desenvolvidos (…) é uma questão para ser tratada com calma, pois eles estão em um momento de reorganizar a cidade e no tempo certo isso vai ser levado adiante”.
Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, Zanatta confirmou os encontros, mas disse que não tem nada definido, inclusivo em relação ao uso do ginásio.
“No momento, a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Recreação utiliza o ginásio Plácido Rocha para trabalhos com escolinhas. Para cessão de uso, seria necessária uma adequação junto ao que já está sendo desenvolvido”.

Zanatta também explicou que a Prefeitura recebe, diariamente, solicitações para ajuda com transporte. Porém, devido à limitação de atendimento, será necessário aval do coordenador de logística.
Escolinhas: Incentivando futuros atletas
Enquanto isso, o foco do projeto é trabalhar com as escolinhas de vôlei. Segundo Reis, esse formato possibilita captar mais patrocínios, verbas públicas e contribuições de pessoa fisica.
Atualmente, o VF atende crianças e jovens de 10 a 17 anos no Colégio Raízes, das 14h às 17h, na categoria Sub-13, e no Colégio Araçá, das 16h às 17h30, na categoria Sub-17.
O objetivo é abrir um núcleo no bairro Hilda Mandarino e atender crianças com aulas de voleibol e futsal. Além disso, segundo Reis, será aberto um núcleo de vôlei de praia na Arena Akitem para atender as crianças, principalmente do bairro Ipanema.
“Estamos tentando viabilizar a parceria com a Secretaria de Esportes para fazer equipes de rendimento Sub-13, Sub-16 e Sub-19 no Plácido Rocha e temos o Basquete Clube atendendo as crianças na Emeb Profª Egles Gabas de Carvalho, no Água Branca I. Devemos ampliar mais um núcleo do basquete devido à grande procura”.
Nos espaços públicos, o projeto é gratuito. Mas em locais privados, ele explica que é solicitada uma contribuição de R$90,00. Quem é de baixa renda tem direito à gratuidade.
Leia mais:
Adulto é a vitrine das crianças
“Sempre penso que o adulto é a vitrine, é onde as crianças querem chegar. Elas se espelham nos atletas. Sem equipe de (alto) rendimento, como seria? Esporte seria apenas uma brincadeira. Todos querem disputar e ser um grande atleta. Também temos que ver o lado positivo para cidade, pois movimenta a economia, o turismo, trabalha questões sociais, sem dizer que leva a imagem de Araçatuba para todo o país”.
A ideia é ter as categorias Sub-13, Sub-16 e Sub-19 e preparar esses futuros atletas para compor a equipe adulta. Nesse sentido, o projeto de escolinha do Vôlei Futuro também está em captação pela Lei de Incentivo Federal.
“Precisamos buscar mais empresas pela demanda que estamos tendo e precisamos continuar ampliando, porque hoje ter um cenário com tantas crianças e jovens procurando a prática esportiva, não é comum e sabemos o quanto podemos mudar a vida de todas através do esporte”, conclui.
Continue acessando outros conteúdos especiais do Atletas do Interior.